Às vezes sorvem-se palavras como se se tratasse de goles de água preciosa para matar a sede, de se deliciar na tentação de uma maçã que mata fomes ou de se saborear um vinho que satisfaz os sentidos. A sua omissão pode ser uma fonte de frustração para quem as estima. Aos amantes das palavras, cuidado! Elas são, muitas vezes, ocas, vazias de significado. Outras, apenas uma inesgotável fonte de magia. Assim, todo o cuidado é pouco. Destrinçá-las pode ser fundamental à vida e ao espírito. O tempo é o grande revelador de todas as dúvidas e a confirmação de algumas certezas. Ele também nos segreda ao ouvido primeiro, gritando mais tarde, se vale a pena esperar, ou não. Doces ou amargas, sempre haverá quem as prefira ao silêncio.
Para os menos crédulos há um aliado que atesta, ou não, a força das palavras. É o olhar. Uma espécie de prova que raramente engana. Ao contrário das palavras, há certezas que o olhar transmite que algumas, mesmo as mais rebuscadas, jamais transmitirão. Além disso, existem os actos que falam por elas muitas vezes. E esses podem revelar muitas coisas que elas procuram camuflar!
Apesar de tudo, há que reconhecer o seu poder, a sua inegável beleza e a sua força tentadora e libertadora!