sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

“On the edge of the new century”


Imagem retirada da Internet
A Aprendizagem ao Longo da Vida não é só uma necessidade é uma realidade. Quer queiramos, quer não, estamos sempre a aprender. Só não conseguimos é prever o futuro. Eric Hobsbawm, um dos mais fascinantes historiadores do nosso tempo, segundo Roberto Carneiro, cuja opinião muito prezo, apresentou, entre outras, algumas referências daquele à Educação na obra que dá o título a este post e que passo a resumir:
1. Apesar das catástrofes do século XX, e de a população ter triplicado, relativamente ao início do século, a maioria das pessoas melhorou a sua condição. Destaque para a Educação.
2. Explosão dos níveis de escolaridade, sobretudo nas 3 últimas décadas do século XX, levando a que a maioria da população mundial saiba ler e escrever. A Educação torna as pessoas mais livres, capazes de fazer escolhas e de ser mais felizes.
3. A emancipação das mulheres que irá conhecer novos desenvolvimentos no século XXI. A sua participação na vida educativa pode ser determinante.
4. A democratização da educação chegando às populações mais desfavorecidas. Os jovens tendem a estudar mais tempo e os mais velhos cada vez têm mais interesse em variadas formas diversas de estudo e de reflexão. Finalmente há uma grande necessidade de formação profissional ao longo da vida.
5. A queda de taxas de fecundidade na Europa é atribuída por Hobsbawm, entre outros, ao nível de educação mais alto usufruídos pelas mulheres. Também a retenção dos jovens mais tempo na escola e em casa contribuiu para a transformação das famílias que optam por ter menos filhos. A pressão financeira é muito forte.
Na sua análise, que partilho, Roberto Carneiro para além de recomendar a leitura da obra, que expõe uma teoria geral sobre o mundo com enorme paixão,  não deixa de alertar para um certo sentimento de frustração - ” É que apesar do autor não se coibir de detectar sinais de mudança no mundo, ele se abstém, no essencial, de se aventurar por cenários do futuro. Há como que uma traição ao título da obra (…) Esta recusa em assumir riscos é, a um tempo, científica e emocional”. 
Roberto Carneiro termina a sua análise com as palavras de Hobsbawm que afirma a propósito do futuro das instituições como a família, partidos, media e estruturas políticas- “Nenhuma delas opera hoje da forma como costumava e como se suporia que deveria continuar a operar durante muito mais tempo. O seu futuro é obscuro. É por isso que neste final de século, não consigo ver o futuro com grande optimismo”.
Gostei do que li, partilho das preocupações, espero que o pessimismo fosse mais direccionado à primeira década e pouco mais, quero acreditar que o futuro se nos apresentará mais optimista, embora as minhas palavras sejam mais fruto de percepção, emoção e também convicção na força do querer melhorar! Sempre!